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Ouça o momento em que avião militar dos EUA faz pouco caso do controle de tráfego aéreo brasileiro

Ouça o momento em que avião militar dos EUA faz pouco caso do controle de tráfego aéreo brasileiro

Data de Publicação: 22 de janeiro de 2023 18:31:00 A visita inesperada de um Boeing “rastreador nuclear” da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) na costa brasileira foi feita sem aparente coordenação prévia e os pilotos ignoraram os pedidos dos controladores brasileiros. Um áudio obtido mostra a tentativa de conversa de controladores com o Boeing WC-135R “Constant Phoenix”.

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Jhon Look

Avião Boeing RC-135, similar ao WC-135 – Foto por Offutt Air Force Base

 

Por Carlos Martins

Como falado nos últimos dias, a aeronave americana decolou de San Juan, em Porto Rico, e fez um voo pela costa brasileira até o Rio de Janeiro, passando por todo o litoral nordestino. A USAF acabou revelando o motivo da visita, afirmando que voou a aeronave ao sul do globo para calibrar o detector de explosões nucleares que está a bordo do jato, definindo um padrão de “ar limpo”.

Baseado no projeto 367-80 da Boeing, que também deu origem ao avião civil 707, o WC-135R é a última versão da linhagem “Constant Phoenix”, que é carregada de sensores para detectar atividade nuclear, sendo uma arma de inteligência dos EUA, principalmente contra a União Soviética no passado e hoje a Rússia.

Ignorando e voando

No entanto, a visita ao Brasil chamou a atenção não só pela aeronave, que é exótica e rara, mas também pelo fato dos pilotos americanos simplesmente ignorarem os controladores aéreos brasileiros.

Por estar voando a mais de 12 milhas náuticas da costa brasileira, o WC-135R está já fora do espaço territorial do Brasil. Apesar disso, este espaço ainda é controlado pelo Brasil através da FIR Recife, que é a Região de Informação de Voo, servindo para organização e separação de aeronaves, como mostra a imagem abaixo.

Divulgação Fab
 

 

 

 

O jato americano deveria ter contatado o Centro Recife, que fica no CINDACTA III, para ajudar na coordenação de tráfego, embora não fosse obrigado a fazê-lo por ser missão militar em águas internacionais e, assim, fez “pouco caso”

 

A comunicação

“Aeronave com código transponder 1400, nível de voo 305, que está a 114 milhas náuticas ao leste do VOR de Fortaleza, se estiver recebendo esta mensagem contate Centro Recife na frequência 135.25 ou 125.15”, diz o controlador brasileiro no primeiro momento.

Divulgação FAB
Trajetória do voo por FlightRadar24

O VOR de Fortaleza é um auxílio a navegação que emite ondas de rádio e serve como um ponto de localização para pilotos, ele fica no Aeroporto Internacional Pinto Martins na capital cearense.

Esta chamada do controlador foi feita na primeira visita, mas sem resposta, e agora foi respondida pelo piloto americano que diz: “Estamos conduzindo operações no espaço aéreo internacional. Somos uma aeronave militar dos Estados Unidos, eu estou conduzindo missões rotineiras”.

Logo após, o controlador brasileiro afirma: “Entendo que você está conduzindo missões rotineiras no espaço aéreo internacional, você confirma? Você está em espaço aéreo brasileiro, você confirma que recebeu as informações?”.

Depois deste questionamento os pilotos americanos aparentemente não respondem mais o questionamento dos brasileiros,

Este tipo de situação é rara no Atlântico Sul, sendo mais comum na parte Norte e Mar Báltico, onde aeronaves da OTAN se encontram com aviões militares russos em espaço aéreo internacional. Após uma interrogação inicial pelos controladores, caças costumam ser acionados para acompanhar o voo, o que não ocorreu no Brasil.

Divulgação FAB

USAF explica por que avião que rastreia explosões nucleares voou na costa brasileira

Dia 16 de janeiro, um avião absolutamente incomum, da Força Aérea dos Estados Unidos,

realizou um voo igualmente inesperado

 

 

 

 

 

 

 


 

 

Avião Hércules da FAB voa para missão de resgate no meio do Atlântico 

Divulgação FAB

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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