Ação com revoada de pombos presta apoio à vítimas de João de Deus em data contra exploração sexual;
Ato simbólico pede paz em Abadiânia, onde médium fazia seus atendimentos. Acusado de abusos sexuais, João de Deus, que está internado sob custódia, sempre negou os crimes.
Um ato é realizado neste sábado (18) em solidariedade às mulheres que denunciaram ter sofrido abusos sexuais cometidos por João de Deus. O evento é realizado às margens da BR-060, em Abadiânia, cidade onde o médium atendia. A data foi escolhida propositalmente, por ser quando celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
O ponto alto foi uma revoada de mil pombos para pedir paz na cidade. O repórter Fábio Castro, da TV Anhanguera, registrou o momento que as aves foram soltas e fizeram o voo.
O médium, que foi preso em dezembro do ano passado, sempre negou os crimes. Em março, ele foi transferido para um hospital de Goiânia - onde está até então - por determinação da Justiça para tratar um aneurisma abdominal.
Vários órgãos ligados as áreas de saúde, educação, assistência social e segurança pública participam da mobilização. Será realiza a soltura de mil pombos para simbolizar a volta da paz à cidade.
Além disso, serão plantadas centenas de mudas de ipê que representaram as mulheres que, segundo a investigação da Polícia Civil e do MP, foram vítimas do médium.
A PRF também realiza um trabalho de panfletagem no local, distribuindo folhetos aos motoristas com orientações sobre como diagnosticar e denunciar casos de violência sexual infantil.
João de Deus
Suspeito de ter cometido mais de 500 abusos sexuais, João de Deus foi denunciado pelo Ministério Público por estupro de vulnerável e falsidade ideológica.
A Justiça aceitou a denúncia, e o médium passou à condição de réu pelos abusos. João de Deus nega os crimes, afirmando que todas as consultas que fazia eram em grupo.
Preso há 5 meses, ele continua internado em um hospital por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele está no Instituto de Neurologia de Goiânia, e, segundo relatórios médicos apresentados pela defesa, não tem condições de voltar ao presídio.
João de Deus foi detido no dia 16 de dezembro. Ele estava no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia até o dia 22 de março, quando foi transferido para o hospital a pedido da defesa e com autorização da Justiça.
O prazo de internação foi prorrogado duas vezes. O novo período se estende até o dia 31 de maio, quando os médicos que cuidam do médium deverão apresentar novos laudos e uma previsão de alta médica.