Bolsonaro tenta estancar crise em semana de pressão por votos e apoio nas ruas

Matéria da Folha desta segunda-feira (20) analisa os desafios que Jair Bolsonaro (PSL) vai enfrentar nesta semana. Após uma série de derrotas no Congresso e de sofrer pressão nas ruas, o presidente precisará reorganizar a frágil articulação com o Legislativo para garantir em menos de 15 dias a aprovação 11 medidas provisórias prestes a expirar.

Em outra frente, o presidente tentará mostrar que mantém o apoio popular conquistado nas urnas em outubro, quando ele foi eleito com quase 58 milhões de votos. Está marcada para o próximo domingo (26) uma série de atos em defesa do governo.

A manifestação não é consenso mesmo entre os apoiadores de Bolsonaro. Para a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), os atos podem ser um 'tiro no pé' do presidente. "Se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá de parar de 'fazer drama' para trabalhar", disse.

No campo econômico, os destaques da semana são decisões referentes ao abono do PIS, ao BPC e à reforma tributária, além do bloqueio de R$ 10 bi. A reforma tributária deve ser votada na quarta-feira (22) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. No mesmo dia, o governo deve anunciar um novo bloqueio de pelo menos R$ 10 bilhões do Orçamento para cumprir o déficit fiscal previsto em R$ 139 bilhões para este ano.

Na comissão especial da reforma da Previdência, três audiências públicas serão realizadas. Na terça (21), haverá um debate sobre o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o abono salarial do PIS/Pasep. Na quarta (22), a CCJ realizará nova audiência, para discutir a aposentadoria do trabalhador rural. E na quinta-feira (23) a reunião será sobre categorias com critérios diferenciados de aposentadoria.